sábado, 12 de janeiro de 2013

Luzes ariscas


De pequena, eu caçava vagalumes
Com um vidrinho de maionese bem lavadinho
Dava trabalho, o bichinho era arisco
Piscava aqui, apagava e ia acender de novo lá na frente
E lá ia eu, quicando atrás daquelas luzes fugidias

Hoje, não caço mais bichos
Caço ideias, verdades, explicações, entendimentos
E lá vou eu, com meus vidrinhos lavadinhos
Tentando capturar luzes igualmente ariscas
Que piscam aqui, iluminam brevemente
E apagam quando me aproximo
Para acender de novo lá longe



Se, por acaso, capturo uma luz qualquer
Ela logo morre, enegrece
E volta o breu
E volta a busca

Eu e meus vidrinhos lavadinhos...
Precárias e insuficientes ferramentas
Para tentar capturar o que quer que seja
Para tentar entender o que quer que seja

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