quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Feira do Empreendedor - Sebrae - 2012


Achei esse texto que escrevi sobre a Feira do Empreendedor do Sebrae, de 2010... bons momentos!!!


Espero que a deste ano esteja ainda melhor


Quem visitou a Feira Emprendedora do Sebrae em Belo Horizonte, entre os dias 31/08 a 05/09, provavelmente não se arrependeu. Palestras, oficinas, debates, mesas redondas, tudo muito interessante. Além disso, a Feira é sempre um espaço privilegiado para trocas de experiências e para fazer contatos.

Mas, esse ano, mais que fazer contatos, conhecer gente e discutir empreendedorismo e gestão, a feira me chamou a atenção, particularmente, pela efervescência de cores, luzes, sabores, cheiros, texturas e sons. Apesar do burburinho e do bombardeio de informações, comuns em eventos desse tipo, não dava vontade de sair, mesmo depois de um dia inteiro sassaricando por lá com um salto de não menos que 8cm de altura.

E sassaricar é a palavra exata para descrever minha participação no evento. Aliás, minha e da minha amiga Rosa Maria, que foi comigo e implicou com meu GPS a viagem inteira. Definitivamente Rosa e Estela não se deram bem. Mas, isso é outra história. Ficamos sassaricando porque não tínhamos um foco definido. Tá bom, tá bom. Sei que é essencial ter foco para ter sucesso, mas naquele momento eu não estava buscando o sucesso. Pronto! Confessei! Eu só queria me divertir.

Mas, voltando ao assunto, a Feira foi um intrigante entrelaçamento de elementos sensoriais, que me chamou muito a atenção. E apesar de cada estande ter suas particularidades, a Feira formou um todo coeso e bem elaborado, que aguçava os sentidos da gente.

A impressão que levei da Feira somada a outros elementos me levaram a buscar mais informações sobre como as empresas podem utilizar, de forma articulada e estratégica, os cinco sentidos para lidar com seus diversos stakeholders

E as possibilidades são muitas. Aromas, texturas, cores, luzes, músicas e até sabores podem ser usados para “criar um clima”, para seduzir clientes e até mesmo colaboradores. O impacto de um mix sensorial bem planejado e articulado pode trazer inúmeros benefícios para as empresas e seus diversos públicos.


Aproveita e diz aí:

Que sentido isso te desperta: terra molhada; chá de hortelã; biscoito quentinho; flor orvalhada; chiclete; chocolate; bife com batata frita; por de sol; ondas do mar; abraço de namorado(a); neném no colo...

Tem coisas que a gente sente com os olhos, o nariz e o ouvido. Outras a gente percebe com a pele e a língua...

Nossas sensações nem sempre são unisensocial. Somos sinestésicos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O sono dos FDP

E dois insomes inveterados discutem sobre o sono...
- Bom mesmo é dormir o "sono dos justos".
- Dos justos? Que nada! Os justos estão sempre tão preocupados em fazer a coisa certa que provavelmente nem conseguem dormir à noite.
- Então, bom mesmo é o "sono dos anjos". Eles não têm muito com o que se preocupar. Já têm a vida ganha...
- Sei não... Anjo dorme? Aliás, anjo existe? 
- Vai saber... No final das contas, acho que bom mesmo é dormir o "sono dos FDP". Quanto mais ordinária é a criatura, menos ela se preocupa com os outros e melhor consegue dormir.
- Verdade. Um dia, eu pretendo dormir como os FDP.
- É...
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E essa noite eu dormi o sono dos FDP. Sono quimicamente aditivado, é verdade. Mas dormi como não fazia há alguns dias. Andava boicotando minhas boas noites com a desculpa de que essa coisa de tomar remédio tá errada, que faz mal e tals. 


E faz mal mesmo, com certeza. Melhor seria se eu conseguisse dormir um soninho natural, de FDP safado e ordinário. Mas, até que eu consiga equilibrar minha vida emocional o suficiente para isso, não dá pra ficar brincando de zumbi a noite toda, todas as noites. E, pior, não dá pra ficar depois me arrastando feito uma lagartixa sem um pingo de energia durante o dia todo, todos os dias.


O fato é que, como qualquer mortal que se preze, se não durmo à noite, fico um trapo no dia seguinte. Aí, trapo, não consigo produzir, não consigo escrever, nem organizar minhas aulas, nem pensar direito. E o ciclo se fecha quando, não conseguindo fazer o que é preciso ser feito de dia, acordo de madrugada preocupada com o trabalho e fico remoendo as listas de tarefas e me culpando por não tê-las concluído ainda.


Não faço apologia ao uso de medicamentos. De jeito nenhum. Só tomo sob orientação médica e depois de ter tentado todos os outros recursos disponíveis: atividade física para cansar o corpo, suquinho de capim-cidreira, meditação, relaxamento, contar carneirinhos...


Ter que tomar remédio para dormir é ruim. Mas, não dormir é ainda pior. É por isso que, lá pelas tantas, depois de noites de coruja e dias de lagartixa, eu desisto de tentar as vias naturais e tomo meu boa-noite-cinderela. E durmo... lindamente... um soninho sem sustos... sem pesadelos... um sono de FDP ordinária.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mendicâncias

"Ela é uma pessoa fantástica. Tem uma capacidade intelectual absurda, consegue entender e explicar qualquer coisa, sobre qualquer assunto. Tem um astral delicioso e uma energia boa que só vendo. Mas, vive mendigando a vida..."


Quando ouve isso, ela quer chorar... quer gritar... quer morrer... quer sumir... quer ir e quer não voltar... quer não ser... nunca mais...


Ela sabe do que é capaz. Sabe que tem asas, mas não consegue voar. Tem respostas para tudo e para todos, menos para ela mesma. Aliás, ela tem... ela sabe... ela entende e ela percebe, mas não consegue agir. Por que? Isso ela não sabe direito. Tem a ver com o passado. Com histórias e com fantasmas. E com uma tal de profecia. 


É mais como uma maldição que diz que ela não pode ser. Ela, que nunca deveria ter sido. E ela se condena a ser sempre um quase. É a maldição de um futuro que não chega. Ela não pode deixar chegar, por mais que o deseje. E ela vive atrasando os relógios, criando obstáculos, jogando fora o que não deve e guardando o que não precisa... vive se ferindo, se cortando, se mutilando...


E assim ela segue mendigando a vida. Mendigando afetos que ela na verdade já tem. Mendigando oportunidades que ela na verdade rejeita. Mendigando poderes de que ela na verdade não precisa. Mendigando migalhas que ela na verdade não quer. Mendigando prazeres que na verdade são dores.


E ela sofre... sofre uma vida cheia de... reticências... de pausas... de não-acabados... de não vividos... Sofre uma vida cinzenta e meio amarga. Colorida apenas com alguns prazeres secundários que ela consegue quando cumpre a tal profecia. Temperada apenas com alguns momentos de esquecimento, em que ela se permite pequenices que serão punidas ou duramente recompensadas mais tarde.


E ela sofre com o espanto dos outros... que se assustam com tantas habilidades encarceradas num não ser... não poder... não conseguir... que se assustam com tanta exclamação entalada em tantas reticências e em tantas interrogações. 


O que ela quer de verdade? Ora é sumir... ora é se agigantar... Vontade, às vezes, de desfazer tudo que já foi feito e começar de novo. Escrever uma história nova, sem maldições, sem profecias, sem promessas e sem expectativas, boas ou más. Vontade, outras vezes, de acabar de vez com tudo. Jogar fora o maldito rascunho e não escrever mais história nenhuma. 


E ela sofre de um lado o peso da profecia e, de outro, o das promessas. De um lado o encantamento o outro e, de outro, sua frustração. De um lado a vontade de ser e, de outro, a de nunca mais.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sabotagem? Quem? Eu?

Dizem que tudo começou com uns operários franceses que colocavam seus tamancos de madeira entre as engrenagens das máquinas para que elas parassem de funcionar e eles pudessem descansar um pouco no horário de trabalho. Como os tais tamancos eram chamados de sabot, a prática de vandalizar as máquinas das fábricas acabou virando sabotagem.


A prática de tentar impedir o pleno funcionamento do que quer que seja é antiga e foi (e ainda é) muito utilizada em guerras, por exemplo, além das fábricas francesas e de outras nacionalidades também.


Destruir as máquinas do patrão ou prejudicar funcionamento do exército inimigo é um negócio interessante quando se quer ganhar tempo de folga num trabalho fatigante e desumano ou quando se pretende ganhar uma batalha ou até uma guerra. Bem diferente, no entanto, é destruir a própria vida por razões que, literalmente, a própria razão desconhece. E que levante a mão quem não faz isso. Eu faço! Vergonhosamente, faço!! Ridiculamente, faço!!! Descontroladamente, faço!!!!


Fico com sono quando preciso terminar algum trabalho importante. Perco a hora da aula de Ioga. Chego atrasada no Pilates. Fico com preguiça de fazer caminhada. Fico com fome de chocolate e (horror!) me empanturro de bombons. Decido fazer faxina nos dias mais impróprios, só para não ter tempo de escrever meus textos. Repito, indiscriminadamente, atitudes e comportamentos indesejáveis pelo simples (des) prazer de repetir o que me incomoda tanto. Alimento culpas, raivas, remorsos... Me perco por um tempo longo demais navegando nas baboseiras diárias do Facebook, do Google+, nas páginas de horóscopo, em blogs inúteis (inclusive o meu), procurando músicas no 4shared e vídeos no Youtube.


Boicoto descaradamente meus projetos. Me perco em ciclos viciosos de relacionamentos frustrados e frustrantes.Tento culpar os outros e, roída de remorsos, tomo o caminho mais curto e passo a culpar a mim mesma. Fico triste por sentir culpa e com raiva por ficar triste e aí preciso me recompensar. A recompensa geralmente vem na forma de algo ainda mais autodestrutivo: chocolate, cama, TV e mais e mais vadiagem virtual, disfarçada de descanso.


Enquanto isso, insisto em criar listas e mais listas do que tenho de fazer, impondo-me "uma tonelada e meia de coisas para fazer". Diante da impossibilidade de fazer tudo (e ainda vadiar pela net, limpar a casa e fazer todas as atividades que me proponho diariamente), me culpo, fico triste e me recompenso das mais cruéis maneiras.


Sinto saudade do tempo em que não percebia isso. Do tempo em que poderia escrever esse texto sem receio dos castigos e, mais tarde, das recompensas, que me imporia. Do tempo em que as coisas eram menos claras, mais embotadas, menos conscientes e, consequentemente, menos dolorosas. Hoje, além das dores da culpa, da raiva, da tristeza, dos castigos e recompensas tortas, ainda tenho a consciência do processo.


Tô criando um sabotômetro... para registrar o que eu tenho feito comigo mesma.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Déjà vu

Antigamente, eu tinha um blog e, antes dele, tive outros tantos. E eu sempre prometia que iria escrever e publicar regularmente e... déjà vu... não conseguia.


Uma vez, eu escrevi sobre uma certa fase negra que, aparantemente, tinha passado e... déjà vu... a fase voltou e, depois dela, a sensação de que tudo estava bem, finalmente.


Outra vez, eu escrevi sobre o reveillon e sobre as expectativas para o novo ano e sobre as dores e alegrias do ano velho e... déjà vu... as mesmas dores e alegrias voltaram no ano seguinte, junto com as mesmas expectativas e  com as promessas de não prometer nada e de viver um dia de cada vez.


Teve, também, um dia em que escrevi sobre decepções e frustrações com pessoas amadas e, déjà vu... tempos depois os mesmos sentimentos eram descritos de outro jeito. 


E os projetos... ah, os projetos... tantos e tão mirabolantes (e, "tão perfeitamente factíveis"). Se repetem e se reciclam como se fossem sazonais, inexoráveis como primavera, verão, outono e inverno ou como as fases gordinhas e magrinhas da lua.


Escrevi também sobre amores, amizades, solidão, desejos e sonhos e... déjà vu... os mesmos temas apareceram tempos depois em "novos" textos. Medos, angústias e agonias também ganham novas roupagens de tempos em tempos.


No final, são velhos conteúdos reciclados e adornados em novas embalagens. 


Acho é que eu sou um tédio. Ainda não descobri como eu aguento conviver comigo mesma há tanto tempo.

Ai, se preguiça matasse...

Gente do céu!!! Hoje a preguiça "muntou", como diria minha mãe. Eu  tinha uma tonelada e meia de coisas pra fazer e só consegui fazer alguns miligramas. 


Não fui na aula de Ioga (porque não acordei a tempo). Não levei o carro na oficina (porque esqueci). Não organizei o material para minhas novas aulas na Faculdade. Não montei meu plano de ensino e nem preparei slides para a primeira aula. Não arrumei a casa, nem lavei a garagem (que tá sujinha que só vendo). Não escrevi o texto que tinha prometido escrever hoje. Não fiz caminhada. E tô com preguiça até de tomar banho...


Minha disposição hoje só deu para folhear umas revistas e uns livros e pensar na vida. E como tem tido coisas pra pensar!!! Por mim, eu ficaria deitada na cama, olhando pela janela do quarto, vendo os passarinhos pousando na antena de TV do vizinho e brincando de achar carneirinhos nas nuvens, que, aliás, estão lindas, vestidas com cores de fim de tarde.


Tem dias em que a gente deveria ter mesmo o direito de fazer nada e até de pensar nada e sentir nada. Só ficar largado em um canto qualquer, preguiçando.


Fico pensando para onde foi a empolgação... Será que foi derretida pelo calorão de fevereiro? Ou será que tem alguma outra coisa roubando minha energia? Ideias... medos...angústias? 


Em outros tempos, eu já teria preparado aulas para as primeiras 3 semanas e já teria estruturado um cronograma de avaliação e já teria selecionado materiais alternativos para apresentar aos alunos e já teria ensaiado exaustivamente o discursos de apresentação de primeiro dia e já teria... teria... e teria...


Mas, a tal da preguiça não deixou ainda. Vamos deixar cair na conta do calor e do cansaço. Mas, suspeito que não seja assim tão simples...