quarta-feira, 2 de maio de 2012

Helena e eu

Não. Não estou com saudade dela. Mas, acordei pensando nela hoje. Aliás, ela tem estado presente nos meus pensamentos nos últimos tempos. Na verdade, acho que ela nunca saiu dos meus pensamentos, mesmo já tendo ido embora da minha vida há quase 20 anos. Só que hoje é diferente. Acordei imaginando em como seria encontrá-la depois de tanto tempo. Eu, um cadim nais adulta, um tico mais madura. E ela, quem sabe, curada de suas dores e rancores. 
Não queria a mãe, queria a mulher. Queria conversar, sem perdões, sem senãos, sem sermões. Talvez me visse nela, talvez me visse através dela, talvez simplesmente a visse, ela e só ela. Talvez uma conversa, quem sabe um abraço, uma torrente de lágrimas ou só um sorriso.
Não, não é saudade. Não gostaria de vê-la como ela era, sofrida, doída, amarga. Queria vê-la bem, inteira, completa, madura, feliz, se possível. Queria aprender com ela e, quem sabe, ensinar algumas coisas. Mostrar meu mundo, meus mundos. Me mostrar. Se ela iria gostar do que veria, não sei. E também queria ver, conhecer, entender.
Não, eu não quero minha mãe. Não quero a Donelena de 20 anos atrás. Queria conhecer a mulher, parceira de tantas características compartilhadas sem saber. Hoje eu queria ela, a Helena.  

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