terça-feira, 15 de maio de 2012

Desejos e delícias

Começa num olhar
com um brilho de malícia
Depois, palavras que provocam
E as mãos tocam, quase de surpresa
E aí, é a pele que incendeia 
Com um arrepio de delícia


E a língua
molhada de urgência
e o hálito
e a respiração entrecortada
e os suspiros e sussurros
e gemidos de delírio
e o corpo inteiro
entregue, descontrolado
e dois que viram um
e se completam, se entretecem
e se despojam de não-podes e não-deves
e se abandonam no ritmo
de te-amos e te-queros
e se perdem emaranhados
em febris paraísos


E depois são as lembranças
as saudades, os anseios
e as memórias insistentes
e os pensamentos desgovernados
que despertam o corpo
com arrepios e tremores
e se revelam em sorrisos meio bobos
e suspiros incontidos
e denunciam os pecados inconfessos
pelos quais vale a pena se perder

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