terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Confissões

Confesso que errei
que quis mais que devia
que fiz mais que podia
que desejei mais que merecia

Confesso que fui estúpida
que acreditei demais
que esperei demais
que me entreguei demais

Confesso que me enganei
não, ninguém me enganou
fui eu mesma
ingênua
imatura
infantil

Confesso que cometi absurdos
que me deixei levar
para onde não queria ir
que me deixei calar
quando queria falar
que falei demais
quando devia calar

Confesso que enlouqueci
que vi fantasmas onde não havia
que ouvi vozes que só silenciavam
que dialoguei sem ter com quem

Confesso que exigi demais
de mim e de você
quis transparência
quando me ofusquei de mim mesma
quis desenhar caminhos
quando me perdia

Confesso que cometi abusos
que exigi demais e ofereci pouco
que quis guiar, mas estava perdida
que quis saber, mas me afundava em ignorâncias
que quis salvar, mas pedia socorro
que amei um amor de morte e de dor

Confesso que feri
com um amor cortante
amor que mutilou
que causou dor

Confesso
me sentencio
me penitencio

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